Estes pioneiros e suas histórias: Professora Maria Helena Cunha

  [caption id="attachment_4303" align="aligncenter" width="640"]Foto Lorenzo Franchi "Eu sempre fui, sou e sempre serei professora", enfatizou Maria Helena Cunha. Foto Lorenzo Franchi[/caption]   Ricardo Ritzel A UFSM entrou muito cedo na vida da professora santa-mariense Maria Helena Silveira Neto Cunha. Antes mesmo de a Universidade existir, como ela mesma enfatiza. Se por um lado teve a influência do pai, o médico Alfredo Silveira Neto, que também era professor universitário e exerceu o magistério nas faculdades de Medicina e Farmácia da antiga Universidade do Rio Grande do Sul; Pelo outro, sua mãe, Noemi Marques da Rocha Silveira Neto, era prima do futuro reitor, José Mariano da Rocha Filho, e a família acompanhou de muito perto todos os movimentos que levaram a criação da primeira universidade no interior brasileiro. Maria Helena relembra que depois de completar seus estudos em Porto Alegre, primeiro no tradicionalíssimo Colégio Sevigné e, depois, na Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul, começou sua carreira no magistério e não parou mais pelo amor incondicional que sempre teve pela profissão. Tanto que hoje, aposentada, enfatiza que se voltar depois da morte, não terá dúvida alguma: será professora novamente! Ser professora “Meu marido era militar e foi transferido para Santiago, em 1957. Lá eu comecei a minha carreira no magistério e também esta minha identificação com meus alunos. Eu os adorava e eles me adoravam. Chegavam a fazer seguidas serenatas para mim, deixando meu esposo brabo, furioso, já que tinha que acordar bem cedo no outro dia para ir ao quartel. E, eu gosto tanto de ser professora, que quando cheguei a Santa Maria e comecei a lecionar na UFSM, não havia 40 horas de carga horária. Então, por 10 anos também trabalhei 20 horas, pelas manhãs, como professora e vice-diretora do Maneco, até me dedicar exclusivamente ao Ensino Superior. Eu sempre quis ser professora. Acredito que seja pelo relacionamento com os alunos. É a energia que eles sempre me passaram. É a alegria, é a juventude. Valeu a pena ser professora. Acho que depois dessa vida, se eu voltar, novamente vou escolher ser professora”. Os primeiros tempos “Eu cheguei aqui na UFSM antes mesmo da reforma. Era ainda a Irmã Consuelo a diretora. Primeiro, comecei como professora na primeira turma do Curso de Geografia e, logo depois, também comecei a lecionar para o quarto ano do Curso de História. Lembro que a Universidade era ainda dividida administrativamente por Cursos, e não por Departamentos, como é até hoje. Meus primeiros colegas naquele tempo foram os professores Ivo Muller e Sérgio Bernardis, e as professoras Renati Drebs, Vania Pinto e Esther Souza. Depois, a medida que foram incluindo novas disciplinas, começaram a entrar os professores geólogos: Sartori, Maciel, Péricles, Olavo e Egydio Meneghotto. Todos inesquecíveis. Santa Maria e a Universidade “Depois da Universidade, Santa Maria mudou muito. Veio muito progresso para cá. Antes, a cidade era pequena, essencialmente comercial, mais os militares e os ferroviários. Nunca fomos um polo industrial, havia poucos negócios fortes de campo e não tínhamos grandes fazendeiros. Porém, com a implantação da UFSM tudo mudou. O progresso é nítido para quem viveu nestes últimos 50 anos por aqui. Há muita gente vindo e indo. E gente com estudo. A cidade é hoje um polo educacional fantástico com a implantação de outras tantas universidades, faculdades e escolas. Enfim, tudo cresceu, e muito”. A Educação ontem e hoje “A pessoas sempre dizem isto, mas eu acho que o Ensino na nossa época, no meu tempo, era melhor. E era. Era muito importante ser professor, era mais valorizado, mesmo não ganhando uma maravilha. Mas havia um amor pelo seu colégio como hoje há amor para um time de futebol. A escola tinha uma participação maior na vida das pessoas e, principalmente, se estudava mais, se aprendia mais. Hoje em dia não sabem nem o nome do professor”. Personalidades do Ensino “Há duas pessoas imprescindíveis na implantação do Ensino Superior em Santa Maria: o Mariano da Rocha Filho e a Irmã Consuelo. E eu as conheci praticamente do berço, muito antes de pensar em ser professora. A minha mãe era muito da família e quando vinha a Santa Maria visitava todo mundo, fazia questão de conviver, de estar junto. E o Mariano era sobrinho de meu avô. Então, praticamente nos criamos juntos, tivemos uma convivência muito próxima em nossa juventude. Quanto a irmã Consuelo, minha mãe estudou toda vida no Santana e tinha uma relação muito estreita com as freiras franciscana. Herdei a amizade dela com a irmã Consuelo, mesmo eu sendo aluna do Sevigné, administrado pelas irmãs do Bom Conselho, uma ordem alemã rival”, conclui a professora já com uma boa risada estampada em seu rosto. A criação da APUSM “Estou orgulhosa de estar aqui na APUSM hoje ( a professora concedeu a entrevista durante o Café dos Pioneiros, realizado no último dia 11 de outubro, em homenagem ao Dia do Professor na sede da Associação). Acredito que sou uma da fundadoras da Associação. Eu estava lá, naquela pequena salinha na frente da Casa do Estudante, na Rua Professor Braga,  quando o Calil e outros professores fundaram a entidade. Era muito pouca gente e a maioria já se foi. ” *Assista em vídeo a entrevista completa da professora Maria Helena Cunha. Basta acessar o site da APUSM e clicar sobre o ícone correspondente na barra lateral do site. A entrevista foi produzida e realizada pelo Setor de Comunicação da APUSM    Assista abaixo a entrevista completa com a professora Maria Helena Cunha:   [youtube height="480" width="640"] https://www.youtube.com/watch?v=tqU8HfmixUw[/youtube]      

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