Estes pioneiros e suas histórias: Ivo Kersting e os primeiros informativos da APUSM
[caption id="attachment_3363" align="aligncenter" width="640"] Kersting doou para APUSM exemplares das primeiras edições do Informativo da APUSM, o qual ele era o editor. A presidente Tania da Silva recebeu em recente encontro de associados no CTG Sentinela da Querência.[/caption]
Ivo Reni Kersting é natural de Restinga Seca, mas, como ele mesmo diz, “tenho muito da fronteira” pelo tempo que viveu em Uruguaiana. “Está no meu sangue”, enfatiza. Depois, se transferiu para Porto Alegre, onde cursou o recém inaugurado Colégio Júlio de Castilhos e se formou na Primeira Turma do Científico .
Na hora do vestibular, escolheu cursar a Odontologia da UFRGS, vindo a se formar no final de 1962. Ainda vivendo na capital gaúcha, se especializou em Materiais Dentários pela PUC-RS.
Foi neste ponto que um convite do professor Daniel Jukovski (um dos fundadores da Odonto em SM) chegou para dar destino a sua vida: ser docente na então incipiente UFSM na Santa Maria da Boca do Monte.
“Aceitei sem vacilar. No dia 28 de fevereiro de 1964, comprei uma passagem de trem de Porto Alegre e cheguei a Santa Maria, exatamente, no dia 1º de março de 1964.
Ainda naquela manhã, fui ao gabinete do nosso querido professor Mariano da Rocha e assinei o meu contrato de trabalho.
Profissão: dentista e professor
“Depois de dois meses da minha formatura, em Porto Alegre, eu abri meu primeiro consultório junto com colegas. Cursei toda minha Especialização assim, trabalhando.
Depois, me transferi para Santa Maria, assumi na Universidade e também abri consultório aqui. Desde então, só não trabalhei nas férias e feriados. E já são mais de 50 anos assim. Vou até o fim deste jeito. Gosto muito do que eu faço, sou um apaixonado pela minha profissão. E, veja bem, não dependo do consultório, mas nunca fui de ficar parado, nunca fiquei parado” enfatizou já visivelmente emocionado o professor.
Tempo: as diferenças e semelhanças
Depois de 22 anos aposentado, a vida hoje é completamente diferente daqueles primeiros tempos da UFSM. Santa Maria é outra. A nossa Universidade é outra, a universidade cresceu, e cresceu em tudo. Administrativamente, economicamente, assim como fonte de saber e de informação.
E estas mudanças são tantas que, hoje, posso dizer, com orgulho, que um aluno meu é reitor da Universidade Federal de Santa Maria: o professor Paulo Burmann.
Trajetória de cargos e atividades
“Sou um dos fundadores do Grupo Brasileiro de Materiais Dentários, criado em 1965, por professores das mais diversas universidades brasileiras. Isto me proporcionou estudos que me fizeram Doutor em Materiais Dentários e me deram o cargo de Adjunto IV, quando vieram os consursos na Universidade, um dos primeiros da UFSM.
Em 1966, fui indicado para ser um dos conselheiros fundadores do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul. Tanto que meu número é o 0022, que é um orgulho para mim.
Depois, entre 1975 e 198, durante as gestões do Hélios Bernardis e do Derblay Galvão na reitoria, exerci o cargo de pró-reitor de Assuntos Estudantis com muita satisfação e, acredito, proporcionando uma mudança positiva na relação da instituição com seus alunos. Foi uma fase importante na minha trajetória.
Na vida santa-mariense, também fui muito ativo, principalmente no bolão. Sou um bolonista convicto desde 1966, quando me associei no Clube Caixeiral, clube que tempos depois cheguei a presidência e participei do Conselho junto com minha esposa.
[caption id="attachment_3364" align="alignright" width="209"] Os primeiros informativos da Associação estão guardados no arquivo geral da APUSM[/caption]
Os primeiros Informativos da APUSM.
Sou reincidente em jornal. O primeiro que fiz foi o do Grupo Brasileiro de Materiais Dentários durante a primeira diretoria. Após, comecei também a editar e publicar sozinho o jornal do Clube Caixeiral de Santa, associação onde praticava meu esporte e participava do Conselho. Depois, criei e publiquei o Boletim Informativo da APUSM, desde sua fundação até eu começar a fazer minha pós, pois já não tinha mais tempo para nada.
O Boletim surgiu na necessidade de fazer a APUSM uma entidade representativa, com força, com poder.
Então, sendo um dos fundadores, ou um dos primeiros associados, quando o Arlindo Mayer assumiu a presidência, ele me convidou junto com o Josefino Francisquetto para participarmos da diretoria da APUSM. Como já tinha experiência em jornal, fui designado para Secretaria de Comunicação, arregacei as mangas e fui trabalhar, diga-se de passagem, com muito prazer.
Como viajava muito para Porto Alegre naquele tempo, consegui direto na direção da APLUB (Associação dos Profissionais Liberais Brasileiros) um patrocínio que nos permitiu edita-lo sem custos para Associação.
O boletim era feito com maquina de escrever, mimeografo e, depois, enviado para Editora Pallotti para impressão.
Exerci esta atividade, com muito gosto, por três anos. Até hoje me lembro com saudade desse tempo.