Estes Pioneiros e suas Histórias: Arlindo Mayer
[caption id="attachment_4496" align="aligncenter" width="640"] Arlindo Mayer: “Faria tudo outra vez”[/caption]
Os amigos do santa-mariense Arlindo Rodrigues Mayer sempre souberam que ele iria ser engenheiro. Ele sempre teve a certeza de ser um professor. E foi como professor do Curso de Engenharia que a vida dele se uniu a história da Universidade Federal de Santa Maria, assim como a própria fundação da APUSM, o qual foi seu terceiro presidente.
Ele é filho mais novo entre nove irmãos gerados pela união do tropeiro João Artur Mayer e a dona de casa Rosa Rodrigues Mayer. “E todos vivos”, ressalta com alegria o professor e, como todo bom engenheiro, conclui com números: “O mais velho tem 92 anos, e eu, 74”.
Mayer relembra que, a princípio, a UFSM não foi um projeto profissional planejado. Ele já havia se formado há quatro anos e estava em um bom posto de trabalho em Porto Alegre, quando em 1967, veio o convite para integrar o quadro de professores da então incipiente universidade santa-mariense. “Pesou também na decisão de voltar a Santa Maria que a família é toda daqui”, confessou.
Um convite para voltar
“Quem me convidou para ingressar na UFSM foi o Oberon da Silva Mello. Um amigo de longa data, colega desde o ginásio até o Curso de Engenharia Elétrica na Universidade do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Nós nos formamos junto. Ele voltou para Santa Maria e se tornou chefe de Departamento aqui na Universidade. Eu fiquei trabalhando na capital. Quatro anos depois veio o convite para ser Auxiliar de Ensino. Aceitei, mas mantive meu emprego na capital e, só um ano depois, pedi demissão e voltei por inteiro. Três anos depois, realizei o concurso para Professor Assistente e fui construindo minha carreira por 33 anos aqui na UFSM, até a aposentadoria em 1994”.
Santa Maria, antes e depois
“Houve uma grande mudança em Santa Maria com a fundação da UFSM e, naquela época, mesmo a universidade sendo pequena, incipiente, já se sentia que seriam significativas.
Acredito também que o próprio desenvolvimento da UFSM em exigir cada vez mais conhecimento de seus professores também se refletiu no crescimento de Santa Maria. Em 1967 eram poucos professores com Mestrado. Hoje, no mínimo, para entrar na Universidade tem que ter doutorado. Só para vocês terem uma ideia, eram somente três Engenharias: Civil, Elétrica e Mecânica. Hoje são 12 , mais a Arquitetura e todos funcionando no mesmo prédio(...).
Mas não imaginávamos que a cidade e a própria UFSM iriam crescer tanto. Acho que até o Mariano não imaginava nada disto”
Curso de Engenharia
Os colegas mais próximos eram o Oberon, o Bennettti (ex reitor) e o engenheiro Minussi. E, depois, o Felipe Muller (também ex reitor). Mas o que mais eu guardo na memória era o nível de camaradagem que existia entre os professores, funcionários e alunos. Tanto que nestes momentos de convívio entre as aulas e a preparação das aulas se construíram grandes amizades. Era a famosa e irresistível hora do cafezinho. E foi tanto cafezinho que eu troquei pelo chimarrão para não perder este momentos”.
Ser professor
O que eu posso dizer mesmo, de coração, foi que a atividade docente, de professor, só me trouxe alegrias. Foi gratificante. Eu nunca tive problemas com alunos.
E hoje, eu me dando conta, sempre teve um aluno diferenciado em minhas aulas, que se sobressaia sobre os demais e me estimulava ainda mais em melhorar, em me aperfeiçoar. Tanto que digo, sem dúvida alguma, que faria tudo outra vez. Seria professor de novo.
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