Educação brasileira: um longo caminho a percorrer

Andreas Schleicher durante seminário nesta terça-feira, em Brasília. / SERGIO AMARAL
 
Frederico Rosas – El País Quando se fala em educação, a imagem do Brasil não é das melhores. Principalmente quando se decide compará-lo com países mais desenvolvidos. “Mas o copo está meio cheio, e não meio vazio”, disse Andreas Schleicher, um dos responsáveis pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), o maior ranking de avaliação de desempenho escolar do mundo. Diretor-adjunto de Educação da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Schleicher apresentou alguns dados relativos à educação brasileira e internacional durante o seminário “PISA e PIAAC: Melhores competências, melhores empregos”, nesta terça-feira, em Brasília. O evento foi promovido pelo EL PAÍS em conjunto com a Fundação Santillana, a própria OCDE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e o Ministério da Educação. Embora admita que o país tem um longo caminho a percorrer, o diretor da OCDE lembrou que o Brasil foi o país que mais avançou nos indicadores desde 2000, quando teve início o levantamento internacional. Schleicher disse ao EL PAIs que é preciso reconhecer que os brasileiros, que não integram a OCDE, decidiram encarar os desafios de uma exposição aos resultados do PISA desde o início, apesar das seguidas críticas de alguns especialistas que acreditam que, em vez de ajudar, o levantamento acabaria por desestimular a evolução do sistema educacional, dada a grande distância a ser percorrida em relação a países mais desenvolvidos. Em dezembro do ano passado, quando foi feita a divulgação de seu desempenho em matemática, por exemplo, o Brasil apresentou resultados importantes, ao elevar sua nota de 356 para 391, tornando-se o país que mais avançou desde 2003 na área. O relatório da OCDE também destacou na ocasião a expansão do Brasil na educação primária e secundária, com crescimento de 65% em 2003 para 78% em 2012 no total de crianças de até 15 anos na escola. Ainda do lado cheio do copo, os alunos brasileiros voltaram a se destacar pela capacidade de resolver problemas práticos, segundo o especialista. Mas, apesar da evolução, o país ocupou o 58º lugar de um total de 65 países analisados em matemática, com média inferior às demais nações numa série de indicadores. O PISA é aplicado a alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países. As avaliações do PISA acontecem a cada três anos, abrangendo três áreas do conhecimento – Leitura, Matemática e Ciências. No Brasil, o exame é coordenado pelo INEP. No geral, o exame reúne meio milhão de estudantes, que representam um universo de 28 milhões de jovens de 15 anos em 65 países ou economias.

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Melhorias brasileiras

Também presente ao evento, o secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, destacou o crescimento dos cursos técnicos no país – 6,8 milhões de pessoas formadas em cursos do gênero desde 2011 – e os ganhos obtidos na inclusão relacionada à educação superior nos últimos anos. Desde 2003, por exemplo, o número de matriculados nas universidades passou de 3,8 milhões para 7 milhões. Costa reconheceu alguns gargalos brasileiros, como a necessidade de ampliar a formação no ensino médio.

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