Porque não?! Se experiência, é poder transformar.

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Utilize o potencial das suas vivências e conquistas adquiridas, ao longo dos anos, para não caducar!

 

Como assim?!

 

Uma vida longa, com ricos momentos, preenchida por realizações diversas e marcantes, muitas vezes não reconhecidas, por seu (ou sua) protagonista, coloca em risco sua saúde mental.

 

Naqueles tempos, em que aconteceram as realizações, hoje armazenadas na memória, estimulam, e dão sustentabilidade para que outras possibilidades se ergam, causando a impressão de que seriam palpáveis, caso existissem os braços do tempo. O desejo, aquela vontade que liga a gente à vida, lubrifica e inova o somatório de experiências, e é motivo para se fazer melhor o que já se tenha realizado. Assim como, impulsiona o realinhar ao que ainda pode ser almejado.

 

Mal comparando, o nascer do Sol acontece todos os dias, e é sempre parecido, porém, nunca é igual, e nem pode ser alterado pela interferência do querer. Quando os primeiros raios surgem no horizonte, sabemos o que irá se manifestar, mas, a expectativa de reviver o de ontem é frustrada pelo surgimento do inédito, que, ao excitar sensações com a novidade, que se repete desde sempre, e diferentemente, se faz novo.

 

Um acontecimento ou um invento, pode fazer brotar os ramos nos galhos de árvores que hibernam no inverno, e que parecem secas. O clima planetário alternando temperaturas, pelo esgotamento sustentável, parece não ser mais como já foi, e instiga a todos utilizar suas adaptabilidades para se sentirem alijados, gozarem as suas incertezas. Para viver plenamente, não há limites que impeçam os brotos mostrar a vida e a beleza daquela árvore, que parecia seca, e sem vida.

 

As transformações, surgem quando há movimento em direção ao que se almeja, e quando nos adaptamos ao inesperado. Elas se fazem em silêncio, e só são notadas, quando causam surpresas. Novas oportunidades, resultam da ativação dos recursos alojados na memória, entendida como reservatório do somatório de experiências do passado, que quando ativadas pela motivação fazem sentido à vida. Essas coisas acontecem, quando se é consciente daquilo que se deseja ser, mesmo que ninguém mais entenda o que se está realizando, e que não seja destrutiva.

 

Experiência é passado, porém, não é um lugar ao qual se deseja retornar. Mas, consulta-lo como referência para gerar novos alcances, gera um espaço, onde estão armazenados os artefatos históricos capazes de apoiar as atuais disposições. Durante o percurso de uma vida, aumentam os recursos para lidar, com o costumeiro e com o ineditismo. No entanto, algumas pessoas se mostram debilitadas frente a possibilidade de renovar seus referenciais, para se lançarem em caminhos diferentes, ou mesmo, para expandir os que já percorrem.

 

Porque algumas esmorecem, e outras não?!

 

É possível, dentre tantos motivos, algumas abandonarem a sua história, por desacreditarem no que construíram, e deixam de percorrer o vai e vem contínuo – memória/consciência –, para consultar componentes, que lhe ajudem a seguir em frente. Não entendem que, enquanto na vida: abandonar o patrimônio histórico pessoal, é abandonar a si mesmas. Acreditar no que se constrói, é se permitir continuar experimentando, e quanto mais se experimenta, mais aumenta a vontade que liga a gente à vida.

 

Se experiência, é poder para transformar, porque não fazer mais?!

 

Caio Cesar Gomes

Psicólogo

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