Oportunidades para o envelhecimento em transformação

Conexão 60

O aumento da população com mais de sessenta anos e saudáveis, provoca as mais diversas discussões, e, uma das mais importantes é sobre o lugar psicossocial do envelhecimento. A tal e bem vinda longevidade, decorrente do avanço científico, incluindo melhorias na qualidade de vida, coloca esta população em lugares diferentes dos convencionais, assim como provoca outras indagações, sobre como melhor viver esta etapa de vida, com dignidade. Esta população tem autonomia para fazer as suas próprias escolhas, como de ter acesso a cuidados de saúde adequados, manter relações sociais e afetivas significativas e, principalmente, manter a gestão da sua vida e de seus bens. O envelhecimento é somente mais uma fase da vida, assim como a infantil, a adolescência e a adultez e, sendo assim, pode ser plenamente desfrutada, desde que os espaços psicológicos e sociais destas pessoas sejam compreendidos e proporcionados. Elas estão em todos os lugares e sobre tudo palpitam. Conhecem a vida como ninguém. Percorreram longa trajetória e atingiram uma posição diferenciada e, na atualidade, estão se atualizando às tecnologias dispostas socialmente, pois sabem que para usufruir das novidades têm que saber manipulá-las, assim como tiveram que aprender as tecnologias correspondentes, quando foram jovens e adultos. O acesso às novidades é importante e sempre necessário. O que mudou, de quando eram jovens e agora, foi a velocidade com que novas máquinas de utilidade social surgem e a complexidade inicial para aprender a lidar com elas. Algumas pessoas envelhecidas, parecem ter esquecido de como era demorado aprender a lidar com máquinas analógicas. Datilografia e máquinas de calcular mecânicas eram desafios à época. Aprender as máquinas digitais, também requer tempo e disponibilidade para aprender, mas se aprende. Uma das principais barreiras para o envelhecimento digno é o preconceito social e pessoal. Infelizmente, muitas vezes são entendidas como pessoas improdutivas e incapazes, e acabam discriminadas em relação ao acesso a serviços e a oportunidades. Em uma sociedade em que a atualização é uma demanda para todos, dificuldades de acesso a ela, pode ativar sensações de desvalia. Discriminação é o mesmo que bullying pode ser traumático e podem desencadear problemas de saúde mental como depressão e ansiedade, além de privar os idosos de levar uma vida satisfatória e quiçá, evocar neles a opção pela morte. “Afinal, se não tenho lugar e nem vias de acessos, qual o sentido de me manter vivo?” É uma das indagações que essa população se faz. É importante compreender que o envelhecimento é uma fase natural da vida, que porta sabedoria, experiência e alegria. Os aspectos positivos desta etapa, além de cuidar dos netinhos, a sociedade precisa conhecer e valorizar, por meio da ampliação de políticas sociais capazes de prover as mesmas oportunidades de participação na vida social e econômica, como acontece com qualquer outra etapa evolutiva. Se, na atualidade, a população de idosos, no Brasil, está se tornando maior da de crianças, alguma coisa inédita está acontecendo. Alguma providência há de ser tomada. A discussão sobre o melhor viver no envelhecimento, envolve e promove a valorização da vida de todas as pessoas, independentemente da idade cronológica, portanto, oportunidades ainda inexistentes, para o aproveitamento produtivo desta população, devem ser consideradas. A ampliação da compreensão inclusiva da sociedade revela o potencial que pode estar sendo perdido, mantendo esta população à margem da sociedade. Milhões de valores públicos foram investidos e se conseguiu ampliar o tempo de vida das pessoas, com saúde e agora, são disponibilizadas ao descarte.  Pessoas envelhecidas além de se tornarem charmosas e alegres, exalam vontade de contribuir com a sociedade, compartilhando lugares ocupados por crianças, jovens e adultos, onde elas podem ser intensas, disponíveis, como produtivas. É muita gente envelhecendo com saúde e a idade dos 100 anos está cada vez mais ao alcance, de maneira que, quem possui 60 anos ou um pouco mais, recém transgrediu a meia idade. Um guri ou uma guria, desde que se cuide. Aproveite a vida.

 

Caio Cesar Gomes

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