Impressionante como ervas daninhas crescem nos canteiros dos jardins, basta um descuido, mesmo breve, e elas se fazem presentes acabando com a estética da jardinagem, que por muito tempo fora cultivado, com dedicação e planejamento. Impressionante como a desatualização sobre os acontecimentos que circulam, fazem parte das falas que não precisariam ser faladas, mas se fazem importantes na manutenção dos dizeres, que compõem o imaginário social contemporâneo, ganha tamanho, numa breve lacuna de tempo.

Impressionante como o condicionamento físico, esmorece em alguns dias, quando se deixa para fazer amanhã, o que é necessário exercitar hoje. Mais impressionante, é como a história vai se apropriando do presente, e passa a se tornar o que deixou de existir. A lembrança não existe mais além de ser uma vaga sensação, que pode exalar endorfina ou adrenalina, dependendo da intepretação que lhe envolve, mas de fato, não é mais um fato.

O fato é o que você está participando agora, e a história nada mais do que uma referência boa ou ruim, você tenha ou não praticado dela, mas apenas uma virtualidade, com versões diversas. Ela nos constitui, mas não nos possui, nós é que a possuímos e como prevenção para qualquer moléstia, tem que ser alocada em sua devida cronologia. Isso é impressionante!

Como a agilidade necessária, para garantir a sequência do desenvolvimento, pode decair repentinamente, sem a noção das implicações que estão relacionadas. Nem sempre é notado, como inicia e nem como se desenrola, quando é percebido o declínio os ombros já curvam para frente, as pernas arrastam os calcanhares e o corpo vai adquirindo outra postura, parecendo adequada. No entanto, representa a entrega daquilo, que ainda pode ser realizado, a vitalidade. Nada de excepcional, apenas expressando que quando há a possibilidade de ainda se fazer, parece que tem que ser algo exuberante, no entanto, não necessita ser mais, além do fazer o que ainda se pode alcançar ao outro.

É tão lindo quando acordamos, e a mente está preenchida por ocupações a serem desenroladas nas próximas horas. Não necessariamente, preocupações ou estresses, mas até estes ajudam a exercitar o alargamento emocional, cognitivo e respiratório, qualificando a capacidade para absorver os acontecimentos cotidianos e, como esses existem, todos os dias desafiam a competência para processá-los, e serem avaliados se ajudam, ou se devem ser refinados, para amenizar as suas consequências, caso não sejam boas.

O cotidiano é preenchido pelo dito, o não dito e o que ainda será dito, que fazem parte da construção do futuro e da elaboração da história. Tudo isso, para noticiar que vida vivida tem sentido, quando se está no futuro sem deixar de lidar com as suas peças no presente. Impressionante é entender que tanto a história, como o presente e o vislumbre futuro, estão imbricados e são importantes, desde que alocados nos momentos aos quais são originários.

Impressionante e importante papel da consciência, na organização e no uso adequados destes momentos, por isso cuide dela, não deixando que a história se faça presente, e nem que o futuro deixe de ser o lugar aonde você coloca as suas metas e deseja chegar, sem desprezar o presente, lugar onde tudo tem sentido.

Caio Cesar Gomes

Psicólogo