Vovózinha e vôvozinho são termos carinhosos com os quais nos referimos às pessoas mais velhas querendo manifestar nosso carinho, amor e apreço. Na história de João e Maria a velhinha era bem mazinha, pois, queria comer o Joãozinho, que se não fosse pela ajuda da Maria, não conheceríamos a sua historinha. Velhinho também é o papai Noel e todos os anos ele se apruma, veste as renas e voa com seu trenó pelo céu do mundo presenteando a todos com o milagre da graça de Deus.

Com o passar dos anos e de décadas a população brasileira está se compondo por velhinhas e velhinhos. Como num passe de mágica, pelas calçadas que transitam exalam toda a imponência, que, orgulhosamente, durante a vida constróem. Perpassam resiliência junto a mensagem de que enquanto há vida, há vida. A constatação de que o país envelheceu e que aquela vibração jovial dos anos 80/90, fora esbanjada e de certa forma desperdiçada, não passa de um engano. O país juvenil fez do Brasil o que hoje é a oitava, sétima ou sexta economia mundial.

Hoje precisa de bons administradores para assegurar e desenvolver o que foi até agora construído. Sabedoria e experiência são necessários ao país, para quando nova população de jovens predominar, aqueles tenham o que administrar e saibam dar continuidade ao que os velhos atuais deixaram. A velhinha e o velhinho não ocupam e nem podem mais ocupar o lugar de "anciãonzinhos" sem lugar social e sem vontade, tratados como se fossem criancinhas desgastadas. Estamos chegando ao final de mais um ano e com ele somando mais uma porção de velhas e velhos adquirindo direitos especiais para melhor usufruir das ofertas e oportunidades sociais. Lamentos angustiados e lembranças do que deixaram de realizar fazem os olhos lacrimejar, como se a vida tivesse passado sem que de tudo tivesse aproveitado.

O que mais você faria além do que realizou e, se ainda deseja preencher o que julga ser um vazio em sua vida, o que está esperando, para se colocar em prática? Já sei, você está envelhecida(o) e não tem mais o que fazer que valha a pena nesta idade. É bem provável que você tenha pensado dessa mesma maneira a vida toda e agora, mais uma vez, prefere a angústia do deixar para depois, o que você nunca irá realizar, se não fizer agora. Ressentidas(os) olham para trás na tentativa de reparar, como sempre fizeram, parece que vivem à sombra de um déficit, enquanto motivados analisam no presente o que prospectam para realizar, visando conquistar pelo menos mais um bom momento, vislumbram o lucro que na vida podem alcançar. Papai Noel existindo ou não é um dos operários mais antigos que se conhece e por mais que o mundo gire ele está sempre presente, quando a tarefa é presentear.

A sua história pessoal não é um conto e por isso pode não ter um final feliz, mas nem por isso deixa de ter sentido. Caso você, vovózinha ou vovozinho, não saiba o que fazer para a sua vida ter sentido, ser alegre e, para você se sentir presente, no presente, dê presentes para você, presenteando as pessoas com o que você tem de melhor, sua experiência, seu amor e o seu sorriso. Feliz Natal!

Caio Cesar Gomes

Psicólogo