Nota de pesar - professor Jorge Vilarino
A APUSM comunica com pesar o falecimento de seu associado Jorge Fernando Vilarino, em 29 de junho de 2020, na cidade de Balneário Camboriú, onde residia, aos 74 anos. O professor atuou por mais de 20 anos no departamento de fisiologia da Universidade Federal de Santa Maria, com formação em medicina e odontologia. Com mestrado e doutorado na área de formação, o professor deixa seu legado na academia e no setor de saúde. Casado com Leoniza Vilarino, tinha três filhos e cinco netos, aos quais nos solidarizamos nesse momento de dor.
Jorge Fernando Vilarino nasceu, em 26 de julho de 1946, na casa de saúde de Santa Maria. Era filho de Lady e Irineu B. Vilarino. Teve dois irmãos: Carlos Alberto e Carmem Lúcia. Fez seus estudos nos colégios Santa Maria e Manoel Ribas.
Em 1965 foi aprovado no curso de Odontologia e formou-se na turma de 1969 da UFSM. Por algum tempo atuou como dentista. Logo passou a fazer parte do corpo docente da Universidade Federal de Santa Maria, no departamento de Fisiologia onde lecionou por mais de 25 anos.
Em 1971 casou-se com Leoniza Mac Ginity Vilarino e tiveram três filhos: Betina Vilarino Looz, Karina Mac Ginity Vilarino e Rafael Mac Ginity Vilarino. Logo a família foi ampliada com a chegada das netas Vitória, Laura, Fernanda, Martina e Clara os verdadeiros xodós do vovô.
Jorge Fernando pertenceu ao Lions Clube Universitário por longos anos, onde desenvolveu atividades que mais lhe davam prazer: ajudar o próximo em todas as oportunidades. Também foi membro da Loja Luz e Trabalho e sócio da Apusm.
Homem carismático, integro, trabalhador, religioso e extremamente bem humorado. Tinha ânsia de saber cada vez mais; isso o levou a ingressar através de vestibular em 1978, no curso de Medicina. Formou-se em 1983. Interessante é que ao longo do curso, várias vezes foi professor de seus colegas na disciplina de Fisiologia. Como professor granjeou o respeito e admiração de seus alunos, pelos seus conhecimentos, dedicação, cordialidade e, sobre tudo pelo seu senso de justiça. Fez cursos de especialização, mestrado e doutorado na sua área de ação especializando-se em ginecologia e obstetrícia.
Homem apegado à vida familiar, dedicava seus momentos de lazer ao contato amoroso com sua esposa e filhos, proporcionando-lhes passeios, viagens e brincadeiras inesquecíveis. Junto com Leoniza conheceu muitos países mundo a fora.
Jorge Fernando gostava de futebol, e sempre que possível nos finais de semana jogava com os amigos na Sociedade de Medicina. Vilarino era um homem de muita sensibilidade. Gostava de flores e cultivava orquídeas, um de seus passatempos preferidos. Em família era exímio assador, fazendo churrascos memoráveis onde reunia a família e amigos próximos. Era um homem extremamente discreto. Não se envolvia em discussões políticas, esportivas, religiosas ou qualquer outro assunto polêmico; ele sempre dizia “Eu respeito, para ser respeitado”.
Não era de badalações. Gostava de repartir uma mesa com os amigos e familiares, para por “a prosa em dia”.
Era apaixonado por música. Inclusive tocou na banda do Maneco na década de 60. Colecionava LP’s, CD’s e DVD’s de orquestras, MPB e música latina. Muitas vezes aproveitava o som para dançar com Leoniza na sala de casa.
Mas, uma doença renal crônica, obrigou-o a deixar suas atividades e recolher-se na aposentadoria. Então mudou-se para Bal. Camboriú, onde já veraneava há muitos anos. Foi um tempo muito bom, onde granjeou muitos amigos e pode continuar seus trabalhos de ajuda ao próximo, proferindo palestras no Clube de Diabéticos, na paróquia que frequentava e no grupo dirigido pelo Dr. Ulisses Coelho, seu particular amigo, o “Encontros de Vida”. Foi um período de muita alegria e sadia convivência.
Jorge Vilarino tinha em especial carinho pelos seus colegas de A.T.O 69, encontrando-se anualmente com a turma, onde quer que fosse essas confraternizações. Leoniza sempre ao seu lado junto com os filhos participavam desses encontros. Quando a família cresceu já acompanhavam os genros e netas. Era um prazer para ele levar sua turma para esses encontros que era esperado com ansiedade por todos. Em 2019 a A.T.O 69 completou 50 anos e a confraternização foi em Bal. Camboriú. Jorge e Leoniza se esmeraram para recepcionar os colegas com uma festa digna de um Jubileu de Ouro de verdadeira amizade fraternal.
Mas a fatalidade se abateu, quando em março de 2020, Vilarino apresentou um sério problema cardíaco, que aos poucos conflitou com seu problema renal que lhe mantinha preso à uma maquina de diálise, três vezes na semana. Foram dias de muita angústia, que culminou com seu falecimento em 29 de Junho de 2020. Ao saberem dessa triste notícia, começaram a chegar dos mais diferentes segmentos da comunidade, as mais carinhosas mensagens, que atestam o quanto Vilarino era estimado. Seria impossível registrar todas aqui, mas algumas falam por todas recebidas:
“Em nome de todos da nossa turma, presto homenagem ao nosso querido professor. Ele deixou uma lembrança muito querida em nossa turma. Todos lembram dele com carinho.” A.T.M 99/1
“Nós todos amávamos o Vila. Era um homem muito bom e de muito alto astral e acima de tudo um lutador”.
“Amigão, agradecemos a Deus pela convivência feliz que mantivemos nesses 54 anos.” A.T.O 69
“Querido colega Vilarino, deixas muitas páginas a serem lembradas pela A.T.O 69. Tivestes uma família maravilhosa alicerçada nos valores que ensinastes.”
“Certamente deves estar em um ótimo lugar alcançado pelos méritos da tua vida terrena onde foste bom filho, bom esposo, bom pai, bom amigo e colega e coroando tudo isso, um bom cidadão. Seja feliz na dimensão em que estiveres; você merece e nós torcemos por você.”
Uma das mensagens de muito conforto para os familiares e que encerra todas as que foram enviadas no mesmo sentimento, foi a do Dr. Ulisses Coelho seu velho amigo de caminhadas à beira mar e de papos muito construtivos e alegres.
“Conhecê-lo e ser um de seus amigos foi um privilégio! Pois ele transmitia amor familiar, afetividade e empatia, alegria de viver, amizade com integração social, coragem, confiança no presente e no futuro, convicção com princípios éticos, didática exemplar, ensinamentos científicos, ensinamentos de vida, entusiasmo contagiante, facilidade de expressão, fé inabalável, gentileza e cordialidade, lições como palestrante, professor, mestre e doutor. Memória prodigiosa sobre acontecimentos passados e presentes, segurança, simplicidade, religiosidade, e assim, “Guerreiro da Vida” nos desafios! Gratíssimo, amigo-irmão, pelas sabias lições que nos deixaste. Uma delas que permanece em nossa memória: “Viver um dia de cada vez “. Certamente ele me compreendia muito bem e até me fez ser melhor do que eu pensava ser.”
Assim partiu Jorge Fernando Vilarino, após cumprir sua jornada terrena. Deixando muitas boas lembranças. Ele gostava muito dessa passagem bíblica de Timóteo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”.