Arquivo APUSM - As laranjas das indiretas
[caption id="attachment_4838" align="aligncenter" width="640"] Foto Arquivo APUSM[/caption]
William Moura
Em seu discurso de posse, o Presidente Castelo Branco já havia deixado implícito os planos da ditadura: ... “O objetivo do meu governo é restabelecer a ordem e a tranquilidade ante estudantes, operários e militares’’.... Algumas das leis e medidas tomadas pelo governo foram focadas diretamente no ensino superior, onde se vislumbrava um perigo, pois como se sabe a universidade é um local que o pensamento critico é comum e freqüente.
Dentre essas medidas estava à nomeação direta dos reitores pelo presidente da republica, esses que por sua vez nomeavam pessoas de ‘’sua confiança’’ para diretores de unidades universitárias federais.
Em 1969 foi estabelecido pela lei n. 477 que estudantes não poderiam ter nenhuma participação política e, ainda nesse ano, também foi implantada a disciplina moral e cívica, nos três níveis de educação, com o objetivo de: “preservação do espírito religioso, da dignidade da pessoa humana, amor à liberdade com responsabilidade, preservação da família e preparação do cidadão pelo culto de obediência a lei”.
Durante o ano de 1981, ocorreu no Brasil um movimento pela democracia e pela melhoria da educação, pois, após o golpe militar de 1964, era necessário para o governo que se adaptassem leis para suprir a nova realidade política, econômica e social do país.
Querendo dar um fim a isto, docentes e acadêmicos se uniram numa campanha pelo voto direto para reitor, vice-reitor, e diretores de centros, chegando a realizar as eleições por conta própria e apresentando seu candidato eleito para o Presidente da Republica. Infelizmente esse movimento foi ignorado pelo governo, que nomeou novamente o reitor de seu agrado. O objetivo do movimento foi atingido apenas no ano de 1985.