APUSM: A fundação não foi por acaso
[caption id="attachment_13458" align="aligncenter" width="1280"] Em assembleia da APUSM em 1981, o então presidente Loi Berneira presidiu os trabalhos.[/caption]
O professor Noli Brum de Lima, um dos fundadores e primeiro presidente da nossa Associação, conta em suas memórias como nasceu a APUSM:
“Em 1966 fui contratado para lecionar a disciplina de História da Filosofia Moderna na UFSM e, em 1967, me tornei chefe do Departamento de Filosofia. Cristão novo, cheio de entusiasmo, pensei em criar uma associação de professores “católicos”!!! … Falei com o padre Achylle Rubim (também um dos fundadores) e ele me sugeriu organizar um seminário como chamarisco. E sugeriu-me o assunto: “Natureza e função da Universidade e do Professor Universitário”.
O seminário foi realizado no Colégio Marista, esquina da Floriano com a Niederauer, à noite, de segunda a sexta. Esperávamos, no máximo, 30 participantes. Por isso, colocamos 30 cadeiras. Vieram mais de 100… E houve muitas queixas: “É por isso que esse país não vai para a frente: não tem organização”! Mas o seminário foi muito bom e o público, fiel. Na penúltima noite, após a conferência, nos debates, eu perguntei: “O que deveríamos fazer para continuar nos encontrando e debatendo assuntos de nosso interesse?” Daí, o Prof. Ethur, da Tecnologia, sugeriu a criação de uma associação. No dia seguinte eu fui escolhido para compor um grupo que pensaria a organização dessa entidade. Quem mais me ajudou nessa tarefa foi um médico, professor de anatomia: Dr. Roberto Dulor Teixeira, que acabou morrendo num acidente de ônibus da Planalto, em São Sepé. Ele me ajudou a organizar um questionário que foi apresentado a todos os professores da UFSM. Desejávamos definir quais deveriam ser os objetivos de uma Associação de professores. Visitei todos os departamentos e entreguei um número suficiente de questionário. Alguns dias depois fui buscar as respostas: não chegaram a 100. Como ninguém falou em religião, botei a viola no saco e segui as sugestões. A resposta que mais chamou a atenção foi a do Dr. Wilson Aita, diretor do Centro de Tecnologia: era a mais completa e representava uma síntese das opiniões recebidas. Nesta primeira fase, os professores da Odontologia foram os que mais ajudaram: David Mikalauscas (1° Secretário), Ermeto Meller, Ney Mutti e outros. Foi o Dr. Dulor Teixeira quem sugeriu o nome e a sigla de nossa associação. Tinha e tenho muita admiração por ele. Foi um motivador incansável. Sem ele, sei não! Esse cara merece uma placa.
Para redigir o estatuto, como modelo, usei o Estatuto da Aliança Francesa de Santa Maria. Fui eleito presidente. E o vice foi um advogado, o Dr. Gilberto Niederauer Correa. Por causa do regime militar, houve poucos interessados em se associar e, como eu estava na mira dos milicos, em 1968, me mandei para … Paris. O Gilberto assumiu e registrou a APUSM, no Cartório Garcia..... Pagou as despesas de seu próprio bolso. Não fosse ele, talvez, não estivéssemos tão felizes e orgulhosos agora. No fim de meu mandato tínhamos apenas uns 30 associados. Com o Tabajara Chaves Costa passamos a 126. E com o Arlindo Mayer passamos de 400. Foi só na primeira Greve Nacional de Professores que o número de sócios passou de 800. O resto vocês sabem”.