Streaming - O eco-cinema que vem do sul

[caption id="attachment_8822" align="aligncenter" width="640"]Diego (Guillermo Pfening), e Simon (Germán Palacios) Diego (Guillermo Pfening), e Simon (Germán Palacios)[/caption]     Ricardo Ritzel Com a ditadura imposta pelas distribuidoras de Holywood nas principais salas de cinema mundiais (até mesmo nos EUA) e o sensível crescimento das televisões transmitidas a cabo (ou via satélite), assim como a distribuição e exibição de filmes via rede mundial de computadores (Streaming), a produção cinematográfica independente de vários países se volta para o formato das minisséries para encontrar em casa, a domicílio, seus espectadores. E é neste formato que atualmente encontramos o grande “filão de ouro” do cinema mundial, com as melhores histórias, roteiros super bem bolados e, como conseqüência, a participação de artistas e diretores consagrados ou a vias de consagração. Neste sentido, assisti pelo Netflix os 12 capítulos da minissérie argentina "Cromo", gravada, em 2015, em locações da Antártida, Patagônia, Buenos Aires e nos esteros correntinos de Iberá,(praticamente  vizinhos para quem vive no RS), a poucos quilômetros da fronteira brasileira. E não foi nenhuma exaustiva maratona cinematográfica. Muito pelo contrário. Fui magnetizado por este eco-trilher baseado em dois contos de Martin Jauregui, com ótimos atores (destaque para a bela Emilia Attias), trama muito bem construída no roteiro (Lucía Puenzo, Sergio Bizzio e Leonel D'Agostino), direção inovadora e bastante segura (Lucía Puenzo, Nicolás Puenzo e Pablo Fendrik), fotografia para lá de fabulosa: bárbara (Nicolás Puenzo), e não há como se esquecer das inteligentes e sensíveis escolhas da trilha sonora que, junto com o som incidental, uma aposta arrojada da edição que deu certo, resultou em um verdadeiro "pleno" com todas as fichas. [caption id="attachment_8820" align="aligncenter" width="620"]Emilia Attia Emilia Attia[/caption] E sem entregar as surpresas da minissérie (que são muitas), a história começa quando a bióloga e professora universitária, Valentina (Emilia Attia), viaja até a cidade de Corrientes, no norte do país, para pesquisar a brusca redução na população de capivaras em uma reserva ecológica nacional, o Parque de Mburucuyá, e encontra um problema muito maior: a contaminação de mananciais de água pelos dejetos de curtumes irregulares que estão causando graves doenças e até mesmo mortes na na população ribeirinha, assim como na fauna local. Enquanto isso, seu marido Diego (Guillermo Pfening), também um cientista, e seu sócio e grande amigo, o biólogo Simon (Germán Palacios), viajam para o Pólo Sul para investigar o degelo repentino de glaciais. Neste momento, uma trágica notícia chega aos dois em meio ao gelo: Valentina sofreu um suspeitíssimo acidente. Mas, mesmo não sendo o melhor momento da amizade deles (nem um pouco mesmo), os dois largam tudo para ajudá-la em Iberá. Lá, eles encontram evidências de que uma empresa multinacional está encobrindo muito mais que crimes ambientais na região. Para quem é da Boca do Monte e for assistir a obra, um extra: depois de trazer dois de seus inspirados curta metragens e participar com sucesso da última II Mostra Internacional de Cinema de Santa Maria, realizada, em março de 2016, na APUSM com parceria do Santa Maria Vídeo Cinema (SMVC), o diretor e produtor cinematográfico argentino, Marcel Czombos, aparece como guarda florestal de Mburucuyá, fazendo uma bela ponta entre os atores coadjuvantes. Enfim, recomendo, e muito! * Para quem se interessar, o  trilher de Cromo: https://youtu.be/AM3fgO6lB7g    

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