Cinema - Pre-estreia de "Senhores da Guerra" - 15 de outubro, 19h30 - Salão Cultural da APUSM

[caption id="attachment_6345" align="aligncenter" width="620"]Foto divulgação Foto divulgação[/caption]   Ricardo Ritzel   A trama de “Senhores da Guerra” é o mesmo da história política, social e econômica do Rio Grande do Sul do início do século passado. É um relato das (lentas) transformações da organização social gaúcha, monárquica, rural e agropastoril no século XIX, em uma sociedade republicana, urbana e industrial do século XX. Junte a este cenário um ódio visceral entre chimangos e maragatos decorrentes de antigas perseguições e degolas, uma guerra civil sanguinária e um irmão na trincheira oposta levando a bandeira do inimigo. Coloque Santa Maria como a capital destes acontecimentos e acrescente um grande amor, daqueles que vencem a morte e se perpetuam no tempo. E, acreditem, os personagens principais deste enredo não são produtos da imaginação do escritor ou do diretor deste drama de época. Existiram, viveram, são reais. Daqueles que fazem a história ser muito mais interessante que a mais tresloucada ficção. Dr. BozanoA começar por Júlio Raphael de Aragão Bozzano, prefeito de Santa Maria e coronel do Corpo Provisório da Brigada Militar durante a Revolução de 1923 e as quarteladas tenentistas de 24. Chimango até a medula, tanto que era considerado por Borges de Medeiros o seu sucessor direto para ser governador do Estado. Um homem com sede de poder. Amado ao extremo por seus seguidores, odiado de morte por seus inimigos. Um personagem típico de seu tempo, onde o radicalismo político imperava e não havia espaço para um meio termo conciliatório. Do outro lado da refrega, dentro das fileiras do líder rebelde, general Zeca Netto, Carlos Bozzano, irmão de Júlio, um assumido maragato revolucionário de corpo e alma. Em meio a este caldeirão de conflitos político-militares, os amores dos guerreiros: a bela Maria Clara Mariano da Rocha (irmã do reitor José Mariano da Rocha Filho) e a aristocrática Cecília (mãe do diretor presidente do Banco Bozzano & Simonsen, Júlio Bozzano, que recebeu este nome em uma homenagem do pai ao tio legalista). [caption id="attachment_6346" align="alignright" width="300"]Diretor - Tabajara Ruas durante as gravações de "Senhores da Guerra" Diretor - Tabajara Ruas durante as gravações de "Senhores da Guerra"[/caption] “Senhores da Guerra”, com direção de Tabajara Ruas, é uma adaptação do romance homônimo de José Antônio Severo e se passa em meio aos conflitos da Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul. O projeto é dividido em duas metades (Parte I – Passo das Carretas e Parte II – Passo da Cruz) e será empacotado, para lançamento, em mais de um formato. “O roteiro foi pensado a partir de arcos dramáticos que permitem a finalização na forma de dois longas, de uma hora e meia cada um, para lançamento nos cinemas e em DVD; e também de seis episódios de 30 minutos, adequados às grades das emissoras de televisão” ressaltou o diretor durante as gravações. Senhores da Guerra foi gravado, há dois anos, em locações de Barra do Ribeiro, Canela, Bento Gonçalves, Garibaldi, Caçapava do Sul, Porto Alegre e Santa Maria. [caption id="attachment_6349" align="alignleft" width="300"]Trama - Romance se passa durante a Revolução  de 1923 no Rio Grande do Sul Trama - Romance se passa durante a Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul[/caption] Os atores Rafael Cardoso e André Arteche encabeçam o elenco, que conta ainda com dezenas de atores conhecidos da produção cinematográfica gaúcha, entre eles Sirmar Antunes e Marcos Breda, além de participações especiais, como a do músico Pirisca Grecco. A obra já rodou por festivais de cinema em todo país e tem pré estreia nacional em Santa Maria no próximo dia 15 de outubro, às 19h30, no Salão Cultural da APUSM.        

Quem é o diretor e escritor Tabajara Ruas?

  [caption id="attachment_6348" align="alignleft" width="160"]Foto reprodução LPM Foto reprodução LPM[/caption] Tabajara Ruas nasceu em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em 1942. Cursou arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e na Academia de Artes da Dinamarca. Dez anos de sua vida, de 1971 até 1981, foram passados no exílio, no Uruguai, Chile, Argentina, Dinamarca, em São Tomé e Príncipe e em Portugal. Escritor e cineasta, entre diversos títulos e homenagens à sua obra, Tabajara foi condecorado em 2004, em Brasília, com a ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de Comendador; recebeu o Prêmio Erico Verissimo, a Medalha do Mérito Farroupilha, o Troféu Guri e o título de cidadão de Porto Alegre. Pesquisa realizada pela Editora da UFRGS com 40 críticos e intelectuais (publicada pelo jornal Zero Hora) escolheu Tabajara Ruas como um dos dez maiores romancistas do Estado. Seu livro de estreia, “A região submersa”, 1978, publicado primeiramente em Portugal e na Dinamarca, é uma rara mistura dos gêneros policial e fantástico. Após a estréia seguiu-se “O amor de Pedro por João, 1981, escrito na Dinamarca, onde narra dramática aventura de um grupo de guerrilheiros em fuga durante a época das ditaduras militares na América Latina. A obra é atualmente Leitura Obrigatória para o Vestibular da UFRGS. Em 1985, publicou “Os varões assinalados, saudado pela crítica como um épico exemplar, considerado um dos "Trinta Livros Inesquecíveis" publicados em trinta anos em todo o mundo, segundo o jornal Zero Hora de 12/06/94. O quarto romance, “Perseguição e cerco a Juvêncio Gutierrez”, 1990, é a crônica das sutilezas de uma cidade da fronteira, dos ritos de passagem, onde aborda com delicadeza o tema do incesto. Juvêncio foi considerado um dos “20 personagens do século 20 na literatura rio-grandense” pelo Caderno de Cultura de ZH em 1999. Em “Netto perde sua alma, 1995, torna a misturar gêneros, mesclando a narrativa histórica e o fantástico. Recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura como Melhor Romance; e foi considerado “Um dos 10 melhores personagens da literatura gaúcha” na escolha da Revista Aplauso. Em 1997, lançou “O fascínio sombria mistura de policial e romance gótico, transformado em longa-metragem pelo diretor português José Fonseca e Costa. Em 2008 lança “O detetive sentimental”. Neste romance está de volta o detetive Cid Espigão, personagem de seu romance de estreia. “Minuano”, de 2014, também recebeu o Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria Romance Juvenil e foi escolhido pela FNLIJ para compor o Acervo Básico da Fundação. Seus romances foram publicados na Argentina, Colômbia, Uruguai, Chile, Portugal, Espanha, França, Dinamarca e Itália. Publicou com outros autores os ensaios Sombras e luzes, 1992; “A cabeça de Gumercindo Saraiva, publicado no Brasil e Uruguai, livro mais vendido na Feira do Livro de Porto Alegre, em 1997; “Mario”, 1998, recebeu Prêmio Açorianos de Melhor Ensaio. Em 2015 “O melhor de Mario Quintana” foi contemplado como Livro do Ano na categoria Especial pela AGES – Associação Gaúcha de Escritores. Em 2006 iniciou a trilogia juvenil “Diogo e Diana”, já com 2 volumes: “Meu vizinho tem um rottweiller e jura que ele é manso” e “A trilha da lua cheia”. Escreveu histórias em quadrinhos para Flávio Colin e Edgar Vásquez, folhetins e artigos para jornais e revistas e 12 roteiros de cinema para longas. No mais recente, Tabajara Ruas é autor do roteiro de O TEMPO E O VENTO, baseado em Erico Veríssimo, para um filme e minissérie de Jayme Monjardim. Dirigiu o longa “Netto perde sua alma”, 2001, baseado no seu livro homônimo, o mais premiado filme gaúcho, com 15 prêmios em 5 festivais nacionais e internacionais. Em 2002 fundou com a mulher Ligia Walper a empresa cinematográfica Walper Ruas Produções, que realizou três longas com sua direção: o documentário “Brizola, tempos de luta”, 2007 – distribuído para 10 mil escolas e entidades, premiado com Melhor Montagem no Festival de Recife/PE e Seleção Oficial do AtlanticDoc no Uruguai.; “Netto e o domador de cavalos”, 2008 – Prêmio Especial do Júri no Festival de Filmes de Época da Lapa/PR; Seleção Oficial do Festival de Goiânia/GO e Seleção Oficial do Festival de Gramado/RS, escolhido entre 42 inscritos; e “Os senhores da guerra”, 2014, em fase de lançamento, selecionado entre 112 inscritos para o Festival de Gramado 2014, recebeu os kikitos de Melhor atriz Coadjuvante e Prêmio especial do Júri (junto com Fernanda Montenegro) e participou do 1º festival Internacional de Cine de las Três Fronteras, em Puerto Iguazu, Argentina. Todos seus filmes receberam além de prêmios, excelentes críticas.    

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