Dr. Elemar da Silva Resch*
A Osteoartrose é uma doença de caráter inflamatório e degenerativo que provoca a destruição da cartilagem articular e leva a deformidade da articulação
É uma das principais causas de restrição e redução da qualidade de vida da população acima dos 50 anos. Estima-se que mais de 75% das pessoas acima de 65 anos apresentem osteoartrose em uma ou mais articulações
É caracterizada pela degradação da cartilagem articular e o quadro clínico é composto por dor, rigidez, efusão (edema ou inchaço) e deformidades articulares.
A primeira e principal manifestação é a dor após esforços, que vai aumentando com a progressão do desgaste. É importante ressaltar que a osteoartrose é uma doença progressiva, ou seja, o dano da cartilagem articular aumenta no decorrer do tempo. Além disso, a doença costuma aparecer por “crises”, ou seja, o indivíduo intercala período de dor com períodos assintomáticos.
Fatores biológicos, genéticos, bioquímicos, nutricionais, mecânicos e traumáticos contribuem para o surgimento da osteoartrose.
Pode ser considerada ainda primária ou secundária. A primária é quando não se encontra uma causa específica para a patologia e a secundária, ocorre quando se tem uma causa definida, como por exemplo, uma fratura que envolveu a articulação
O diagnóstico da osteoartrose é realizado através de uma avaliação do paciente, que envolve a entrevista e a história relatada durante a consulta, o exame físico e os exames de imagens solicitados.
Dentre os exames, destaca-se a radiografia, que na maioria das vezes é suficiente para o diagnóstico e tratamento. Ressaltando, que apesar de frequentemente solicitada, a ressonância magnética, na maioria das vezes não traz informações adicionais.
Atualmente, não há consenso a respeito do tratamento ideal da osteoartrose. Vários métodos de tratamento têm sido usados visando à melhoria da dor e do padrão funcional dos pacientes.
Dentre os métodos farmacológicos os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são considerados por muitos autores os medicamentos de primeira escolha para o tratamento pois tem se mostrado eficaz no alívio da dor e na melhora da função. Entretanto, os anti-inflamatórios são medicações sintomáticas que não estão associadas com a modificação da história natural da doença e o seu uso crônico pode gerar potenciais efeitos adversos ao sistema gastrointestinal e cardiovascular, principalmente em pacientes idosos.
Outras medicações utilizadas para o alívio da dor são os analgésicos (paracetamol, dipirona, opióides) e as infiltrações com corticóides.
Diversas medicações têm sido testadas na tentativa de modificação no ritmo da doença, mas nada ainda está totalmente comprovado (colágenos, glicosamina, condroitina, fitoterápicos, infiltrações com ácido hialurônico, etc), e pesquisas permanecem em curso com esse objetivo
Dentre as medidas não farmacológicas, destaca-se a fisioterapia e o tratamento cirúrgico.
A fisioterapia tem como objetivo agir sobre as alterações mecânicas que desencadeiam a artrose, como fraqueza e encurtamentos musculares, além de, com a utilização de agentes físicos, aliviar os sintomas de dor do paciente.
O tratamento cirúrgico, representado principalmente pelas “artroplastias” ou “próteses”, é um recurso bastante útil quando os sintomas estão severos e persistentes apesar de todos os esforços com o tratamento conservador.
Além disso, outras medidas não farmacológicas muito importantes (e talvez as mais importantes), são as modificações dos hábitos que causam sobrecarga na articulação em questão e a perda de peso.
*Dr. Elemar da Silva Resch

Graduado em Fisioterapia / UFSM 2001 - 2005
Residência médica em ortopedia e traumatologia / Hospital Cristo Redentor - POA/RS
Especialização em cirurgia do joelho / Grupo P & K de cirurgia do joelho - POA / RS
Precetor em cirurgia do joelho na residência em ortopedia e traumatologia do Hospital Universitário ULBRA / CANOAS