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Cinema na APUSM - Todas as facetas do Cardoso no dia 13 de outubro
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O documentário longa-metragem Edmundo, que terá sessão no próximo dia 13 de outubro, às 19h30, na APUSM. A obra foi dirigida e roteirizada pelo cineasta Luiz Alberto Cassol. Foto divulgação[/caption]
Edmundo Cardoso foi ator, diretor, escritor, pesquisador, jornalista e radialista, entre outras tantas atividades que teve durante sua longa e produtiva vida.
E, sobretudo, Cardoso foi um daqueles santa-marienses visionários que levaram o nome da cidade muito além das fronteiras brasileiras, como Niederauer e seus feitos militares, Daudt e a indústria brasileira, Eduardo Trevisan e a pintura, e, é lógico, Mariano da Rocha e a Educação no interior do país.
Tanto que até hoje a vida e obra de Cardoso estão perpetuados pelas atividades da Casa de Memória que leva o seu nome
O documentário longa-metragem Edmundo, que terá sessão no próximo dia 13 de outubro, às 19h30, na APUSM, traz a vida e a trajetória de Edmundo Cardos contada pelo próprio, em entrevistas inéditas, como também em depoimentos de familiares e amigos. A obra foi dirigida e roteirizada pelo cineasta Luiz Alberto Cassol.
Ele relembra que começou a frequentar a casa de Cardoso, em 1988, sempre com uma câmera na mão, e iniciou uma série de entrevistas que resultaram no documentário finalizado somente neste ano.
O trabalho teve seu pré-lançamento no mês de julho, em Santa Maria, e ainda foi selecionado para mostra competitiva do Festival Internacional de Cinema de Gramado.
“O filme busca tornar a história do Edmundo cada vez mais universal. Quero que pessoas de outras cidades, estados e países conheçam a trajetória desse homem de Santa Maria que teve uma vida multifacetada, que foi teatrólogo, ator, diretor, escritor, jornalista, coordenou clube de cinema, trabalhou em um cartório e era uma figura pública que adorava caminhar pela cidade” comentou na época Cassol”.
O documentário é financiado pela Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria, em parceria com a Casa de Memória Edmundo Cardoso e Santa Maria Vídeo e Cinema. A produção é de J. Fossati produções, Filmes de Junho e Accorde Filmes.
Foto divulgação[/caption]
A vida de Edmundo Cardoso, que move o documentário produzido pelo Luiz Alberto Cassol, confunde-se com a história de Santa Maria.
Nascido ao final da segunda década do século XX, filho de funcionário de jornal que morava numa casa situada atrás do Theatro Treze de Maio, cresceu junto com a cidade a partir de seu centro geográfico – a Praça Saldanha Marinho e adjacências. Desde logo, incorporou esses espaços. Ali habitou durante infância e mocidade e, mais tarde, ali desenvolveu sua atividade profissional como servidor da Justiça.
No documentário, a mão firme e sensível de Luiz Alberto Cassol projeta a multifacetada existência do protagonista a partir de depoimentos de testemunhas de sua história – principalmente sua filha Gilda e sua esposa Therezinha. Cassol resiste à tentação das imagens de época e a história ganha em dinamismo e atualidade. O ritmo é leve, agradável e, mais que tudo, emocionante. Impressiona o conjunto do que Edmundo fez e recolheu da memória da cidade. E impressiona, ainda, o quanto ele e Edna May, sua primeira esposa, zelaram para que esse legado pudesse continuar, como, de fato, continua. Inclusive em ações como a do filme projetado na última sexta, 3/7.
Projetar a vida de Edmundo na tela é um verdadeiro exercício de metaficção, ou seja, é uma narrativa que aborda a própria arte de narrar, ocupando-se por inteiro de uma personagem que, ao ser contada pelos outros, conta-se à maneira de um conteúdo de ficção e arte, predicados que foram os grandes motivos de sua existência. E mais: conta-se através do artifício do cinema, uma de suas grandes paixões. Bonito Cassol, Gilda, Therezinha! E bonito por todos os demais que trabalharam e protagonizaram o filme, que são numerosos e não cabem neste espaço.
Através de vocês, todos nós pudemos abraçar outra vez Edmundo. Seu gênio inquieto e onipresente cresce na tela como aquele guardião de livros de que nos fala um poema sugestivo do argentino Jorge Luis Borges:
aí estão nas altas estantes,
a um tempo próximo e distantes,
secretos e visíveis como os astros.
Aí estão os jardins, os templos.
*Pedro Brum Santos é professor universitário e associado da APUSM. O texto acima foi publicado em julho de 2015, Crônicas – Jornal A Razão.


Edmundo
Pedro Brum Santos* [caption id="attachment_6410" align="alignright" width="200"]