"Avós" - Uma crônica do professor Máximo Trevisan

[caption id="attachment_9348" align="aligncenter" width="640"]Foto reprodução internet Foto reprodução internet[/caption]                        Máximo José Trevisan* Dia 26 de julho, em muitos países do mundo, Dia dos Avós!  Há quem diga (até com alguma razão!) que é mais um dia, como outros, criado para alegrar o comércio. Mas, se você é avô ou avó, aí tudo pode mudar e ser diferente. Você dirá que algo original, significativo e especial aconteceu na sua vida. A experiência do novo fez você vivenciar coisas novas, sonhar o que nunca tinha sonhado, viver o que nunca tinha vivido. Quer saber ou adivinhar se alguém se tornou avô ou avó?  Não é tarefa difícil. É só olhar para o brilho dos seus olhos, apalpar os sentimentos visíveis nas suas palavras, colher o encanto das referências aos netos. Aí não terá dúvidas sobre quem está falando. Avô/avó é pai/mãe com mel, diz a sabedoria popular. Mas não é só isso, é muito mais. Ser avô/ ser avó é usufruir a paternidade/maternidade de outro jeito, com outro sentido, com novo sabor, sendo capaz de ouvir canto de pássaros em manhãs chuvosas e cinzentas. Ser avô/ser avó é sentir-se poeta sem nunca ter escrito um verso, é tocar um instrumento sem nunca ter aprendido notas, acordes e partituras. Ser avô/ser avó é viajar sem sair do lugar, é sentir-se leve e ágil como dançarino, mesmo quando o corpo não responde aos gestos desejados, ao andar pretendido. Não há manual que ensine a arte e a ciência de ser avô, de ser avó.  Não há guia para conhecer a terra encantada dos netos. Quase sempre se entra para o mundo deles, com olhos de avô/avô, sem treino prévio, sem qualquer graduação. Avô/avó torna-se profissional do afeto, da ternura e da paciência de uma hora para outra. Brotam sentimentos que não se teve  até com os  próprios filhos. Descobre-se, então, que ser bobo/boba não é pejorativo quando se é avô/avó (ah! é verdade: alguns são até mais do que os outros, mas não cultivam sentimento de culpa por causa disso!). É preciso dizer: há avós sérios, carrancudos, sovinas, impacientes, chatos. A vida permite que assim sejam para mostrar que o mundo é mundo até no mundo dos avós!  Meus netos, Paulo Henrique, Valentina e Luísa, e todos os netos do mundo não podem esquecer a grande verdade: avós existem para fazer netos felizes! Quando isso não acontece é porque houve frustração de safra, a colheita não foi a esperada. Uma nova semeadura sempre acontece e será diferente porque amor de avô/amor de avó renasce a cada dia, tem marcas próprias, cheiro e sabor diferentes. Tenho saudade dos meus nonos Teresa e José Sangoi, Amália e Domingos Trevisan. Hoje são lembranças... De uma coisa não posso, nem devo esquecer o que a vida ensina: tempus fugit, carpe diem! Nós, avós,  andamos devagar, os netos voam!   * [email protected]

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