Artigo: Professor Eduardo Ayala escreve sobre a catarse necessária

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A catarse necessária

Prof. Eduardo Ayala

“Os cubanos foram igualados por baixo. Agora todo mundo era pobre de verdade. Em todos os sentidos” (Pedro Juan Gutiérrez).

Para Fernando Oliveira, companheiro de trincheira. Considero o Lula um populista visceral da esquerda ignara e emocional. Como tal, contrapõe-se, por exemplo, ao populismo de direita de Adhemar de Barros que inspirou o repulsivo dístico tão em voga nos dias de hoje, “rouba, mas faz”. Por outro lado, não sei por que motivo inexplicado os políticos dessa linhagem são chegados a uma coprolalia. Adhemar era desbocado, Lula, por sua vez, adora o palavrão com ar zombeteiro ou, então, com um quê ultrajante. Falando com uma suposta Dilma pelo telefone, Lula mandou à justiça enfiar no c* o processo da lava jato — ou, melhor, textualmente: “eles que enfiem no cu todo o processo”, esbravejou o ex-mandatário —. Não obstante esses “atributos”, são lideres carismáticos, e por isso mesmo, conseguem mesmerizar facilmente o povo incauto (e pobre) por conta própria, sem intermediários, até conquistar a suficiente afeição e uma enorme influência sobre esses adeptos. O sistema democrático do Brasil, “que parece uma mão de tinta que ainda não secou”, sofreu um abalo sem precedentes. Assistimos à mingua de credibilidade jamais vista na história deste país. O populismo lulista fez gato e sapato da boa-fé e das justas expectativas deste povo generoso que, nos tempos atuais, não mais acredita no PT. O Nobel peruano Vargas Llosa adverte: “O populismo serve para ocultar, para disfarçar as transgressões da lei. Eu acredito que as duas coisas, populismo e corrupção, andam sempre juntos”. De fato, no Brasil de Lula e Dilma ou na Argentina dos Kirchner, ambas as trapaças foram sempre inseparáveis. O político populista e a academia da esquerda deturpada consideram-se deuses tutelares dos pobres, redentores exclusivos dos desfavorecidos, libertadores arrebatados das injustiças sociais advindas da opressão burguesa que, sem assomo de dúvidas, está a serviço do imperialismo ianque... Ora pois, não é de ficar pasmo com tamanha polivalência ideológica? Porém, sob o véu desse falso ardor revolucionário, o lulopetismo cometeu as maiores aberrações éticas destinadas a assenhorear-se do tesouro público e do poder ilimitado neste país. O abastardamento da política nacional começou com os escândalos do governo PT; e, eles não são poucos, não! Só para refrescar a memória, eis algumas manobras espúrias desse partido reles: o caso Waldomiro Diniz, o mensalão, os “aloprados e o falso dossiê”, Palocci e o enriquecimento ilícito, a formação de quadrilha (Dirceu, Genoíno e Delúbio), a Operação Lava-Jato, as pedaladas ou crime de responsabilidade fiscal, João Santana e Mônica Moura e a propina da Odebrecht no exterior... Precisa mais? Quanto à pesquisa acadêmica da esquerda fictícia nas universidades públicas do Brasil, Pedro Demo, em seu artigo Política social e política educacional..., desmistifica o caráter científico dessas “investigações”. Leia-se esta pérola inestimável do referido autor: “pesquisa sobre a pobreza é principalmente um bom negócio para o pesquisador (“engajado”), que melhora seu curriculum, pode ganhar mais, publica artigos e livros, arranja bom prestígio, passa até a ser considerado cientista crítico, mas não diminuiu a pobreza. Com ele o pobre assume nova função, para além da clássica, ou seja, de ser matéria de exploração; o pobre passa a ser também objeto de pesquisa; mas não vai além disto”. De outra parte, no exercício da docência, ao invés da outorga de conhecimentos admitidos como válidos pelo universalismo epistemológico, esses mesmos carreiristas vendem a ideia peregrina e falaz de um “igualitarismo socialista” que não vingou em país nenhum deste planeta. Deveras, é só perscrutar nos programas de disciplinas desses obcecados: pura bibliografia maniqueísta, raivosa e discordante com a nossa realidade! O que se há de fazer em face do acima exposto? “Uma Noite de Crime”, dirigido por James DeMonaco, é um thriller distópico espantoso. O futurismo estarrecedor desse filme suscita uma forma de vida dentro de uma utopia negativa (perversa, portanto) situada nos Estados Unidos de 2022. Amparados por uma prerrogativa legal, os cidadãos daquele país tem o irrefutável direito à “purificação”. Durante 12 horas de certo dia do ano, todos podem deixar extravasar, livremente, as amarguras reprimidas no lugar mais recôndito da alma. Mesmo crimes de quaisquer tipos — linchamentos, assassinatos, confrontos violentos... — são permitidos com o fito único de descarregar o ódio, a indignação, as impurezas torturantes... Passadas essas 12 horas de catarse coletiva, supõe-se que se lavou a alma. Por fim, todos estão redimidos pelo bálsamo do alívio! Ah, pelo menos até o ano que vem, não é? Diante de tantos atropelos cometidos pelo populismo tropical carnívoro e pelo conto-do-vigário — golpe ideológico revoltante — da matilha acadêmica pseudo-esquerdista, chegou a hora da nossa “purificação”. Não lincharemos, não mataremos ninguém, não lhes faremos esse favor! As nossas “12 horas” metafóricas de “catarse” serão utilizadas para estrangular de vez a roubalheira, a impunidade e a lavagem cerebral praticadas nas escolas publicas de todos os níveis deste país. As instituições democráticas têm de resistir, nessa contenda espectral e feroz, até as últimas consequências. O “descarrego” nacional, administrado com eficiência pelo Dr. Moro, já está em curso para castigar os políticos, os magistrados e todos os corruptos que pretendem envenenar o povo brasileiro.         .      

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