-
Informativo de Novembro disponível
-
Vencedores do edital "Santa Maria, cidade cultura, coração do Rio Grande” da APUSM
-
APUSM 57 ANOS: Show Clássicos do Cinema
-
Novo corredor de acesso no Andar S2 da APUSM
-
Amor ao Longo da Vida
-
APUSM lança dois editais para aquisição de obras de arte
-
Férias coletivas de fim de ano APUSM
“A Superfície da Sombra” marca encerramento do 11 e 1/2 SMVC na Associação
[caption id="attachment_9100" align="aligncenter" width="640"]
Após a exibição de A Superfície da Sombra, o bate-papo seguiu entre o escritor e roteirista Tailor Diniz e o público que assistiu ao filme.[/caption]

“A fronteira se presta muito ao drama, e é pouco explorada tanto no cinema quanto na literatura”, sentenciou o escritor Tailor Diniz na pré-estreia de “A Superfície da Sombra”, longa-metragem baseado em um livro homônimo seu exibido no encerramento do Santa Maria Vídeo e Cinema na noite desta quinta-feira (26) na Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (APUSM).
Nascido em Júlio de Castilhos, o jornalista, escritor e roteirista Tailor Diniz lembrou que a fronteira sempre o fascinou. “É uma realidade que nós aqui, que estamos perto da fronteira, pouco conhecemos, e em outros lugares do Brasil menos ainda”. Diferente da obra de outros autores como Aldyr Garcia Schlee que nasceram na fronteira, Tailor salienta que a visão dele e do personagem Toni (Leonardo Machado, Antônio no livro) é um olhar de fora: “é uma narrativa a partir de um olhar de alguém que se sente um estrangeiro na fronteira”.
Sobre o processo de adaptação do livro para o cinema, Tailor foi chamado a acompanhar tanto roteiro quanto a finalização da obra. “Foi uma generosidade do Paulo Nascimento (diretor do filme), isso é bem pouco comum”. Roteirista de curtas premiados (Terra Prometida, ganhador, em 2006, do prêmio de Melhor Filme nos festivais de cinema de Gramado e Brasilia, e Rolex de Ouro, também baseado em um conto seu, ganhador em 2007 do prêmio de Melhor Filme na mostra gaúcha do Festival de Cinema de Gramado) e também de curtas para a televisão (na série Histórias Extraoridinárias, da RBS TV), Tailor Diniz lembrou que esse foi o filme que informalmente mais se envolveu. “Minha contribuição direta foi apenas em uma cena, mas o Paulo estava sempre me consultando”.
Após a exibição de A Superfície da Sombra, o bate-papo seguiu entre o escritor e o público que assistiu ao filme. Com direção de Paulo Nascimento, o longa é produzido pela Accorde Filmes e entrará em cartaz no segundo semestre nos cinemas. A exibição no SMVC foi a segunda exibição pública do filme e o lançamento em Santa Maria. A primeira exibição aconteceu em abril na fronteira Brasil/Uruguai, nas cidades de Chuí/Chuy. Trata-se da primeira produção falada totalmente em portunhol.

[caption id="attachment_9102" align="aligncenter" width="640"]
Na AQPUSM foram anunciados os homenageados nacional e local do 12º SMVC. Leonardo Machado, ator gaúcho que tem no currículo diversas séries e filmes, e Cândice Lorenzoni, atriz, diretora e professora.[/caption]

12º SMVC já tem data e homenageados
Quatro dias de retrospectiva, muitas histórias recontadas, revistas e projetadas para o futuro. A intenção da edição 11 e ½ foi cumprida: resgatar memórias – pessoais, coletivas, afetivas – e preparar o ambiente para a 12ª edição, ano que vem. Edição que já tem data para acontecer. O anúncio foi feito na noite desta quinta (25) durante o encerramento do festival, na Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (Apusm). Será na última semana de junho e as inscrições dos filmes poderão ser feitas em março e abril.
“Foi uma edição especial, cheia de dificuldades e improvisos, mas não nos convencemos de que ela não deveria acontecer. Não foi o evento que sonhamos, na praça, nos bairros, no teatro, com oficinas, prêmios, realizados, cineclubistas, mas transformamos as dificuldades em oportunidades e SMVC aconteceu”, afirmou um dos coordenadores do festival, Luciano do Monte Ribas.
Durante a noite também foram anunciados os homenageados nacional e local do 12º SMVC. Leonardo Machado, ator gaúcho que tem no currículo diversas novelas, séries e filmes, e Cândice Lorenzoni, atriz, diretora e professora. O tema do festival de 2018 será “os intérpretes e suas ideias”. Leonardo mandou um vídeo agradecendo a homenagem. “Estou extremamente honrado. Hoje não pude estar aí, mas ano que vem estaremos juntos”. Cândice se limitou a dizer “obrigada” com a voz embargada de emoção.
TROFÉU VENTO NORTE PARA OS MELHORES DA RETROSPECTIVA LOCAL E NACIONAL
Nas duas primeiras noites de exibições dos melhores curtas-metragens das 11 edições passadas da Mostra Santa Maria e Região e Nacional, o público pode votar e escolher os destaques. O filme “A Escola do Mundo”, de Pedro Rocha, exibido em 2003, foi o escolhido da mostra local, e a animação vencedores de 2007 “O Jumento Santo e a Cidade que se Acabou Antes de Começar”, dos pernambucanos William Paiva e Leonardo Domingues, na nacional. Ambos mandaram vídeos e agradeceram o prêmio.
“O SMVC é importante para uma geração inteira de realizadores. Bom saber que o festival está voltando com força”, disse Pedro. “10 anos depois é muito legal saber do acolhimento ao meu filme”, agradeceu William.
NOITE DE SURPRESAS
O encerramento não foi só de surpresas para o público, mas também para o próprio festival. O coordenador Luiz Alberto Cassol recebeu da jornalista, escritora e pesquisadora Marilice Daronco uma cópia do cartaz do 1º Festival Regional do Filme Super-8, realizado em 1975, em Santa Maria, com produções de vários estados brasileiros. Uma relíquia que foi encontrada pelo pesquisador Antônio Leão da Silva Neto, no Rio de Janeiro, durante a pesquisa de mestrado da jornalista.
“Foi enquanto fazíamos a parte de Santa Maria para o livro dele sobre super-8 no Brasil. Remexendo arquivos, ele encontrou. É uma imagem fundamental do amor que todos nós temos pelo cinema”, disse emocionada.
O artista Afonso Azevedo também entregou um pórtico feito em couro representando duas colunas gregas com o nome do festival. “Lá em 1960 eu fazia meus próprios filmes. Meu pai alugava um projetor, a tela era um lençol e eu cobrava os ingressos. A minha ligação com o cinema é muito forte”, salientou.
Texto: Jaiana Garcia
Fotos: Jaiana Garcia e José Luiz Zasso